sábado, 12 de janeiro de 2013

Dois sóis

Huxley foi ao cinema sensível para ver o filme: O fim do Mundo.
Dann achou a extremidade do arco-íris e pensou que acharia o tesouro, mas esse lado do arco-íris era o lado doce. Do lado doce do arco-íris ele achou o sal, pois antigamente aquela região era coberta pelo mar.
Enquanto isso, Bryan tinha acabado de sofrer um corte na mão, ainda não se sabe como.
Huxley não sabia, mas o mundo estava se acabando lá fora, e todos os efeitos e sons que ele estava vendo, ouvindo e sentindo no cinema sensível estavam acontecendo em tempo real com o mundo lá fora.
Bryan, por acaso, encontrou Dann e pediu carona até encontrarem um hospital para tratar o seu corte antes que o mundo acabasse. Na estrada eles avistaram a outra extremidade do arco-íris, era o lado amargo, o lado onde encontrava-se o tesouro, mas chegando lá não havia tesouro algum.
A mão de Bryan ficou na direção do arco-íris. O contato do vermelho de seu sangue com o azul do arco-íris impediu o fim do mundo. Nessa hora houve um silêncio quase mortal no planeta e de repente surgiu um segundo sol de cor roxo.
A sessão do filme havia acabado. Huxley havia saído do cinema e não percebera que o raio laser do cinema sensível tinha cegado os seus olhos.
E lá fora no saguão ele não soube de nada que havia ocorrido e nem pôde ver os dois sóis que raiavam sem explicação.
(Dener Abreu)

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